Contrariamente ao que hoje somos levados a crer, para criar um novo presente nem sempre é necessário apagar o passado. É sobre estes valores que assenta o projeto da Manzwine: recuperar, reconstituir e inovar. Foi em 2005 que a família Manz chegou à pacata vila de Cheleiros, localizada no concelho de Mafra. Encantados pelo sorriso das gentes de outros tempos, pela terra verde por semear e pelos vestígios do passado, decidiram instalar-se e mudar a sua vida para esta pequena terra a um passinho da capital. Convivendo com os habitantes da região, e em particular com o “professor” Domingos Jacinto, depressa André se apercebeu que esta terra tivera, outrora, um prestigiado passado vitivinícola. Apreciador de vinhos, mas sem qualquer conhecimento sobre os procedimentos de produção, André Manz não resistiu em aprender com o velho Mestre e quando a oportunidade surgiu, comprou uma pequena vinha a uma viúva da vila. Com o objetivo inicial de produzir vinho para si e para os seus, decidiu explorar o pequeno terreno que obtivera com a ajuda de alguns enólogos, de forma a fazer um melhor aproveitamento do terreno. E foi nessa altura que descobriu uma casta desconhecida. Baralhado pelos diversos nomes que todos decidiam apelidá-la – desde Jean Paul, a João Paulo e a Jampali – o empresário decidiu recorrer ao Instituto da Vinha e do Vinho. Após alguns estudos, lá se resolveu o mistério que pairava em Cheleiros: a uva Jampal, abandonada pelo alto custo de produção e pelo cuidado excessivo que a sua poda demandava, sobrevivia ainda na vinha da família Manz. Incentivado a não produzir tal casta pelos motivos acima referidos, André não recuou perante o desafio. Queria produzir bom vinho, e não muito vinho. Assim foi. E se na vida colhemos o que semeamos, a paixão e dedicação envolvidas na recuperação de uma casta praticamente extinta não poderiam ter sido mais bem recompensadas.O resultado desta aposta surpreendeu tudo e todos, e fez nascer um projeto que estava para além das intenções iniciais de André: a Manzwine.